A vejo na janela...
- ECF
- 22 de jan. de 2021
- 1 min de leitura

É engraçado... cada dia é uma energia diferente.
Ao olhá-la quase posso senti-la.
Sou um estranho que se diverte e se enterte com a beleza e suavidade que ela me passa, nem me olhar.
Há dias, em que ela chega muito irritada, que ao abrir a janela parece que vai derrubar o prédio inteiro, são nesses dias que consigo ouvir sua voz gritar, por vezes com seu bichinho de estimação, que acredito tenha vindo a aprontar.
Há outros, em que escuto o som, e ao olhar pela pequena fresta, consigo vê-la dançar, rebolando ou rodopiando sem parar.
Há dias, que nada escuto, então logo vou curiar... a janela já encontra-se aberta, luzes acesas e seu cabelo brilhoso, de costas a encostar na janela, exposta ao luar. Noites essas que ela fica horas a devagar sobre livros, com seu vinho a bebericar.
Há outros, em que há visitas, sejam amigas, sejam amigos, sempre com gargalhadas e alegria a transbordar.
Há dias, sossegados, que me parece que um filme está a encantar.
Há outros em que o cheiro toma conta de toda a rua, e tenho a certeza de que ela está a cozinhar.
Há dias, em que a janela demora para se abrir, mas quando abre, noto seu corpo jogado sob a cama, dormindo suavemente ao luar, e nesses dias, principalmente em dias como esse, desejo estar lá, para poder abraçar.
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